terça-feira, 1 de outubro de 2013

CRIANÇA - fragilidade, alegria e doçora

Todos nós fomos criança um dia, óbvio. É a fase melhor  mesmo para quem teve uma infância difícil, um tanto privado das brincadeiras. No passado, a criança não tinha a mesma liberdade que tem hoje, também a relação entre pais e filhos era diferente, pois não havia muita abertura ao diálogo. Se dirigir ao pai ou à mãe de forma espontânea podia ser interpretado como atrevimentos ou desrespeito, sobretudo em se tratando de famílias mais conservadoras, havia muitos tabus. Por conta disso,  as crianças sofriam mais  violência física e psicológica, era uma infância diferente da de hoje, mas tinha também seus pontos positivos, por exemplo, não tínhamos  brinquedos caros, mas não faltava criatividade pra criá-los, latas, garrafas, vidros etc. tudo na mão da gente virava brinquedo, era uma verdadeira diversão, passava-se horas brincando. Mesmos com tantas barreiras, a família era mais unida, pois sem as tecnologias de hoje, os membros da família interagiam mais entre si, era comum os vizinhos conversarem na calçada de casa enquanto as crianças brincavam de escode-esconde, passa-anel, pega-pega e outras brincadeiras.
Hoje em dia as crianças têm mais liberdade de expressão, mais acolhimento, mais recursos, pois felizmente a sociedade mudou nesse sentido.  Hoje temos uma cultura mais aberta ao diálogo e uma melhor compreensão sobre o que é ser criança e as necessidades delas, embora ainda haja casos de abuso e violência, e situações extremas de carência de uma alimentação adequada, de educação, de cuidados básicos etc., mas de modo geral, com a chegada da tecnologia elas têm brinquedos de última geração como computadores, videogames, carrinhos de controle remoto, bonecas  que "falam" e muitos outros inventos que a cada dia vem tornando a garotada  mais animada e divertida, mas também deixam elas mais acomodadas, trancadas em casa sem fazer exercícios o que  prejudica muito a  saúde. Parece que saímos de um extremo para outro, de uma escassez a uma fartura, ou melhor, a um esbanjamento, de um controle muito rígido a uma ausência de controle. Muitos pais hoje não sabem o que fazer, não sabem como educar seus filhos, têm medo de exercer a autoridade confundindo-a com o autoritarismo de antes e acabam por criar um clima de anarquia (falta de autoridade)o que é prejudicial para os filhos que precisam de referências, de ensinamento, orientação.
De qualquer forma, ser criança é muito legal e todo adulto precisa conservar um pouco da criança que foi um dia e quando se têm filhos é uma boa oportunidade para reaprender. Queremos  dar aos nossos filhos o que não tivemos, mas precisamos também ensinar a disciplina e impor limites quando necessário. Eles precisam de atenção, dividir brincadeiras, respostas a tantas dúvidas, segurança, proteção, cuidados com a saúde, a higiene e a educação. É obrigação dos pais ou responsáveis, cuja omissão pode levar para que eles busquem lá fora as respostas que deveriam ter em casa, tornando-se vulneráveis a muitos perigos.

O Dia das Crianças está chegando, sei que muitos pais vão presentear seus filhos, e isso é bom, mas também é bom pensar se estamos sendo capazes de dar algo mais: o nosso tempo, nossa atenção, se estamos demonstrando interesse pelas coisas importantes para eles. Pensemos se estamos sendo capazes de escutar o que eles têm para nos dizer, pois a hora é agora, amanhã eles já estarão crescidos.
 

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