Como vivenciamos ao longo da nossa trajetória estudantil, sabemos que as terras brasileiras foram descobertas em 1500 pelos portugueses que chegaram aqui por acaso, pois o seu destino era mesmo as Índias. Ao se desviarem da rota por engano, chegaram à costa brasileira encontrando a nova terra, perceberam então que aqui era uma boa terra, mas, o que eles não sabiam era que o lugar já era habitado por povos aos quais passaram a chamar genericamente de índios. Uma cultura completamente diferente, dois mundos que se chocam e desse choque surge o domínio dos portugueses sobre os outros. A partir daí nasce um projeto que resultou no país que conhecemos hoje ao qual chamamos de Brasil. Foram mais de três séculos de domínio colonial que instituiu um sistema escravista e uma economia de plantation, ou seja, todo um sistema voltado para atender aos interesses dos colonizadores. No início do século XIX, os acontecimentos políticos em Portugal (invasão das tropas de Napoleão) forçaram a família real portuguesa a se refugiar no Brasil que passou a ser a sede do reino Português.
Com a chegada da família real, Dom João VI, teve de tomar medidas que levou a um desenvolvimento da colônia. Foram vários construções como estradas, portos e criou o Banco do Brasil etc. Estava tudo indo perfeitamente bem, até que a corte portuguesa exigiu que dom João retornasse a Portugal pois, a sua presença estava sendo necessária. Ele deixou seu filho Pedro de Alcântara aqui como príncipe regente e dando-lhe plenos poderes no Brasil, que se tornou Reino Unido de Portugal, com sede no Rio de Janeiro.
Aproveitando-se dos sentimentos de revolta da população, a elite brasileira convenceu Pedro I a colocar os ideais sobre a independência em prática aproveitando a conveniência de aos olhos dos governantes de Portugal ele ter se tornado um rebelde, pois não obedecia às ordens vindas da corte portuguesa. Por esse motivo ele estava sendo pressionado a voltar para Portugal, então, em uma viajem a São Paulo, sob a pressão dos acontecimentos, às margens do Rio Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1882, conta a História que D. PEDRO I deu o GRITO DE INDEPENDÊNCIA se libertando de uma vez de Portugal. Foi então coroado imperador do Brasil, mas teve que pagar a Portugal uma indenização e assim começou a nossa dívida externa. D. Pedro criou uma 1ª Constituição com os quatro poderes: legislativo, executivo, judiciário e o aberrante poder moderador que na prática controlaria os demais. Foram várias as mudanças e transformações no nosso país, sabemos que Pedro I teve depois de abdicar do poder em favor de seu filho, D. Pedro II que, devido a pouca idade, não pode governar de imediato. Esses acontecimentos não foram suficientes para mudar de fato a vida do povo brasileiro e o clima de insatisfação perdurou. Rapidamente se percebeu que o problema não estava simplesmente no domínio português, pois os nossos dirigentes herdaram os mesmos vícios dos dirigentes portugueses, mantiveram a mesma estrutura insensível quanto as dificuldades do povo. Mesmo Independente de Portugal, o Brasil continua um país escravocrata, dominado por uma elite rural latifundiária em que a população “livre” vivia à margem das conquistas. Começa então um discurso contra o Império, em favor da República, a solução seria então derrubar o Império e instaurar a República em seu lugar.
Em 1888 é abolida a escravidão e no ano seguinte é proclamada a república, mas isso não trouxe as mudanças tão sonhadas pelo povo brasileiro. O Brasil segue sua história como um país atrasado, dominado pela aristocracia rural, com uma população sem direito a terra para trabalhar, sob o julgo dos proprietários de terra. Nas cidades crescem as favelas, a miséria e a desagregação social, o desemprego e a violência.
A partir de 1930 tivemos algumas fases de modernização econômica como a Era Vargas e o governo de Juscelino Kubitschek e o país se industrializou e se urbanizou. A partir do golpe de 1964, o país amagou 20 anos de ditadura militar, período de repressão, agravamento das diferenças sociais, concentração de renda, crescimento econômico favorecendo às elites empresarias locais e ao capital internacional. Veio a redemocratização, a constituição de 1988 estendendo direitos e garantias constitucionais aos cidadãos brasileiros, claro que ao longo de toda a história houve melhorias significativas, mas o país ainda deixa muito a desejar, ainda é um país de contrastes sociais, de um povo que não tem acesso a saúde, educação, moradia, saneamento básico, enfim, não podemos dizer que conquistamos, de fato, a democracia, pois não há transparência nos governos em geral, a justiça quase sempre não funciona sobretudo para punir os mais favorecidos e o índice de confiabilidade na classe política é insignificante.
No cenário internacional o país manteve-se ao longo de sua história dependente economicamente, subserviente no campo político e culturalmente atrasado, importando tecnologia e ideologias ou valores culturais ou simbólicos. Só muito recentemente conquistou um pouco de independência econômica e respaldo político. Hoje integra o grupo dos chamados BRICs, com um certa liderança dentro do grupo e tenta firmar-se como líder na América Latina.
Aproxima-se então o 7 de setembro, data de comemoração de nossa independência e é importante refletirmos sobre nossa nação, ver os erros, mas também os acertos, compreender a nossa história, pensar no futuro que queremos ajudar a construir, nos vermos nesse processo. Não podemos esquecer dos que lutaram no passado, que eles sirvam de inspiração para nós que somos seus herdeiros e beneficiários. Independente de qualquer coisa, viva o Brasil! Viva o povo brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário